Terça, 10 de janeiro de 2017
Um candidato me perguntou se a prova da 2ª fase, ao contrário do que muitos estão pensando, vai vir tão pesada quanto a prova da 1ª fase, pois para ele a OAB havia "perdido o medo" de reprovar os candidatos.
Faz sentido e não faz.
De fato, com o passar dos anos, o medo de reprovar tem sido mitigado. A última primeira fase foi terrível o suficiente para a banca anular de ofício 2 questões, para evitar também a divulgação de uma estatística pavorosa, e mesmo assim a reprovação foi elevadíssima.
A percepção de alguns examinandos é de que a 2ª fase vai vir fácil porque a 1ª foi casca-grossa. Mas outros não colocam fé nisto, em especial porque a 2ª fase da OAB ultimamente não tem sido nenhuma flor.
Aliás, ontem tracei um breve resumo sobre o que tem sido a 2ª fase nas últimas edições.
Duas semanas para a prova da 2ª fase! O que esperar dela?
Um elemento importante para ser ponderado: a parte que não costuma entrar nas polêmicas, o chamado "miolo da prova" (fundamento de direito material das peças e questões) tem sempre mantido um padrão, e não dá para ser chamado nunca de fácil ou simples.
Essa percepção, talvez, assuste alguns candidatos.
Claro! É natural que a tensão e a ansiedade pela prova influenciem o emocional na reta final de preparação. Na verdade, e vamos ser honestos, é mesmo meio difícil pensar em outra coisa. Tem gente, sem exageros, que até sonha com a prova.
E, a partir de qualquer inferência em dados anteriores do Exame, começa a projetar toda a sorte de possibilidades para a prova do dia 22.
É meio que uma neurose.
O aspecto emocional, e isso não é segredo para ninguém, pesa muito durante a preparação e, evidentemente, na hora da verdade. Muitos de vocês, influenciados sobre os dados do Exame da OAB, ficam assustados e acham que a próxima prova sempre será a pior, ou acham que nunca estão prontos, ou que não vai dar tempo de estudar tudo.
Em suma: muitos alimentam de forma contínua os próprios medos.
A preocupação com a futura prova faz e não faz sentido.
Faz sentido em função de um histórico do Exame faz com que muitos candidatos fará com que a FGV aplique uma prova mais cascuda para, digamos, manter um padrão de aprovação relativamente linear a cada edição.
Para se manter um padrão estatístico qualquer é preciso, evidentemente, se estabelecer um controle.
Mas vejam que a média geral final de aprovação de todas as edições, 18,5%, não é resultado de resultados estatisticamente homogêneos ao longos das edições do Exame Unificado. Em umas, marcadas em vermelho, os percentuais de aprovação foram maiores e, em outras, menores.
Ou seja: o resultado final de um Exame de Ordem passa por flutuações, a depender das estatísticas tanto da 1ª fase como da 2ª.
NOTA: aqui parto da premissa que o grau de dificuldade é mensura exclusivamente pelos percentuais de aprovação. Dificuldade é sempre um conceito subjetivo; já a análise pelas estatísticas é sempre objetiva e quantificável.
Logo, a preocupação também NÃO faz sentido porque a próxima 2ª fase pode estar em uma "zona de flutuação positiva" e os percentuais podem oscilar para cima.
Ninguém sabe como a prova será, evidentemente. Logo, não faz sentido neurotizar com uma prova cujos sinais, até agora, não são ruins para vocês.
Acho, e acho de coração, que agora é o momento de cada candidato assumir uma simples verdade: cada um está diante de uma grande chance de ser aprovado no Exame de Ordem.
E é uma grande chance pelos seguintes motivos:
1 - Sempre, sempre e sempre a aprovação é resultado do mérito individual e pessoal. Será cada um de vocês que estarão ali na hora da verdade;
2 - Prova nenhuma, em época alguma, será capaz de derrubar o candidato muito preparado. Quem estuda FAZ a prova e molda sua aprovação;
3 - A FGV e a OAB realmente querem evitar problemas na 2ª fase, ESPECIALMENTE porque eles são muitíssimo mais problemáticos em comparação com a 1ª fase. Problemas na 2ª fase costumam virar guerras entre os candidatos e a banca. Claro, problemas aconteceram em quase todas as edições, mas nas últimas ediçõesa qualidade da prova, inegavelmente, subiu.
4 - Sim, problemas ocorrem, mas não são generalizados há muito tempo. Pode ser que aconteça algo, mas vai ficar restrito a uma ou, no máximo, duas disciplinas. Não podemos precisar quais, evidentemente, mas isso significa que a maioria dos candidatos não vão enfrentar maiores problemas.
5 - As reclamações no Exame de Ordem sempre ganham repercussão, mas o que acontece de bom em termos de qualidade, não. Logo, e acreditem em mim, existem mais aspectos positivos do que negativos nas provas.
Aliás, depois do X Exame de Ordem, o mais conturbado de todos, o zelo na condução da prova subiu muito.
Então eu vou achar o que eu sempre acho, mais uma vez: o candidato bem preparado faz seu caminho até a aprovação!
Isso é de uma obviedade meio explícita, não é?
É sim!
E o que é ser "bem preparado?" Vamos lá:
1 - É ter domínio da sistemática processual de sua disciplina, sabendo identificar a partir do caso em concreto a solução processual adequada;
2 - É ter o domínio e facilidade de manuseio do vade mecum, sabendo identificar todos os pontos de Direito material e processual cobrados na prova;
3 - É ter resolvido muitas peças e questões, ou seja, estar familiarizado com a natureza da sua disciplina e a forma como ela é cobrada na prova;
4 - E é, entre tudo, ter uma boa dose de AUTOCONFIANÇA.
E aqui, neste exato ponto, o fator autoconfiança necessariamente deve obliterar por completo qualquer medo decorrente da futura perspectiva da prova.
Agora, jovens, é hora de cada um focar a si mesmo e entrar de cabeça na preparação!
Esqueça todo o resto, em especial as especulações. A prova pode ser algo, mas ninguém tem como saber mesmo. É alimentar uma fonte desnecessária de ansiedade.
Faltam 12 dias para a prova. Dá para concluir a preparação e azeitar a máquina. Vocês devem fazer a sintonia fina neste tempo e resolver toda a sorte de exercícios, além de reforçar o lado doutrinário.
Deixem todos de lado qualquer prognóstico assustador e apostem em apenas uma coisa: na própria capacidade!
Lembrem-se que existem fatores que vocês não controlam, em especial a forma como a prova é feita. Se isto não é passível de controle, então não deve ser objeto de receio.
A prova pode vir como vier, a missão de vocês é a de serem aprovados!