Quinta, 18 de maio de 2017
Recebi o relatório FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - sobre as vendas de livros no Brasil, incluindo aí o mercado editoral voltado para a educação de nível superior.
É impressionante o recuo de vendas em nas mais diversas graduações, demonstrando que a crise econômica minou a capacidade dos estudantes universitários de adquirirem livros (essenciais, diga-se de passagem) e, por consequência, adquirirem conhecimento.
Os dados mostram o recuo dos livros impressos, mas não trabalho com informações sobre um nicho subterrâneo: a pirataria.
Eu faria tranquilamente uma aposta no sentido de que a pirataria é responsável por uma parte considerável na devastação das vendas, o que é péssimo para autores, editoras e, por que não, para os próprio alunos.
Vejam os dados:
Os livros jurídicos, por exemplo, enfrentaram uma queda de 18,8% das vendas em um período de 1 ano.
Já os livros de Administração e Negócios, Economia e Administração Pública perderam 39,87%.
As obras de Medicina, Farmácia, Saúde Pública e Higiene tiveram a assombrosa queda de 51,88%.
As obras de Engenharia e Tecnologia perderam 34,49% em vendas.
Livros de Matemática, Estatística, Lógica e Ciências Naturais perderam 45,09% de seu mercado dentro do período de análise.
As quedas são verdadeiramente assombrosas e representam um impacto considerável no mercado da educação. E isso, sem a menor sombra de dúvida, impacta também no mercado profissional, pois a redução na difusão do conhecimento afeta a formação e atuação profissional.
Mais grave ainda é saber que a crise política está majorando a crise econômica, com reflexos no mercado como um todo.