Ontem a OAB mandou muito bem com o Exame de Ordem

Terça, 16 de julho de 2019

Ontem a OAB mandou muito bem com o Exame de Ordem

Quando o assunto é Exame de Ordem praticamente todos os envolvidos adotam um só viés: o de reclamar!

Não poderia ser diferente com uma prova que define o futuro profissional na área jurídica dos jovens estudantes de Direito e dos bacharéis.

Essa é a tônica.

Mas ontem, e precisamos reconhecer isso, a OAB mandou muito bem e tomou uma decisão não só acertada, como justa e inteligente. Anular de ofício duas das questões mais problemáticas deste XXIX Exame de Ordem foi um grande acerto da Ordem.

BOMBA! OAB anula duas questões de ofício!

Primeiro porque simplesmente fez justiça aos candidatos: as questões tinham falhas explícitas e não mereciam outro destino que não a anulação.

Sob este aspecto, repito o mantra de sempre: candidato quer fazer a prova e NÃO SE SENTIR INJUSTIÇADO. E esse sentimento de injustiça (e as reclamações subsequentes) derivam principalmente quando ele se depara com uma questão que tem um vício.

Aceitar uma prova difícil é ruim. Aceitar uma questão equivocada é insuportável.

Um grande erro, na minha ótica, reside no fato da Ordem não reconhecer que em TODA edição temos um ou duas questões problemáticas. Anulá-las não representa nenhum problema e nem macula o trabalho da OAB e nem mesmo da FGV, quando as falhas são reconhecidas e corrigidas.

Ninguém engole o fato de que em 13 edições não surgiram falhas manifestas em algumas questões, falhas estas que não foram anuladas. Isso simplesmente não existe.

Aqui é preciso reconhecer que, pelo menos, nas últimas 3 provas tivemos anulações, o que representa uma espécie de "virada" de posição dentro da Ordem, o que é muito bom.

Em uma segunda abordagem, a anulação de ontem poupou milhares de candidatos da ansiedade de sempre e lhes deu duas semanas de estudo a mais. Este tempo seria perdido até pelo menos o dia 26/07, prazo do resultado final da 1ª fase.

Quem acompanha o Exame de Ordem sabe bem a angústia (o termo é este mesmo: angústia) dos candidatos em saber se serão aprovados ou não.

Por fim, é preciso que a Ordem, com esta medida, sinalize para a FGV (é a FGV que elabora as questões) que falhas não são toleradas.

A falha compromete o Exame como um todo. Corrijir os erros e ter um padrão decisório revestido desta preocupação sem a menor sombra de dúvida reduzirá a animozidade que muitos sentem pela prova.

Quando um candidato não tem um bode espiatório para apontar, ele é obrigado a assumir a culpa para si mesmo. Basta uma questão errada não anulada para a projeção da culpa recair sobre a OAB. O drama derivado disto é bem conhecido.

Os ajustes, sempre, são bem-vindos.

Nas últimas edições, e isso é inequívoco, a OAB melhorou sua relação com a "sintonia fina" que o Exame precisa ter. Ontem isso foi manifesto: foi um belo gol da OAB.

O que todos querem, essencialmente, é uma coisa só: uma prova justa!

Não é preciso nenhuma mirabolância, modificações ou fórmulas extraordinárias: enunciados bem feitos e ajustes pontuais para sanar inevitáveis pequenas falhas resolveriam 90% dos problemas no Exame.

Fazer o simples e fazer bem-feito. Só isso!

Ontem a OAB tirou nota 10.