O tempo passa....

Quinta, 3 de março de 2016

Como todos sabem, Eduardo Cunha nomeou a OAB como sua inimiga e o Exame de Ordem como alvo. E por anos a fio fez de tudo para tentar acabar com a prova da Ordem. Seu bordão era simples e direto: "O nefasto e corrupto Exame de Ordem".

Ontem, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal aceitou a denúncia da PGR contra Cunha, para transformá-lo em réu numa ação penal. O julgamento sobre o recebimento da denúncia pelo Plenário do STF foi interrompido ontem depois de seis ministros votarem pelo recebimento parcial da denúncia. O Pleno seguiu integralmente o voto do ministro Teori Zavascki pelo recebimento da denúncia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com o Ministério Público, Cunha recebeu US$ 5 milhões oriundos de contratos de compra de navios-sonda pela Petrobras.

De acordo com o ministro Zavascki, há ?indícios robustos? de que Eduardo Cunha e Fernando Baiano montaram um esquema para receber propina nesses contratos internacionais da Petrobras.

Ser réu em uma ação não faz de ninguém culpado, é bom ressaltar, mas fragiliza INTEGRALMENTE todo o discurso do político, incluindo aí sua guerra contra o "nesfasto e corrupto" Exame de Ordem.

Faço a pergunta: a quem de fato interessa acabar com o Exame de Ordem? E por quê?

A prova da OAB tem seus problemas, é bem verdade, mas é um processo seletivo conduzido com seriedade. Seu fim representaria uma grande fragilização da OAB e da advocacia. A quem interessa ver um ente como a OAB fragilizado? E por que?

Coisa boa, com a mais absoluta certeza, não pode advir deste tipo de desejo contra a mais republicana das instituições da sociedade civil.

Lentamente o Tempo, o senhor da razão, vai movendo suas peças. Aguardar sua passagem é necessário, é claro, mas ele vem revelando a verdade dos fatos, das vontades e das coisas.

Quem ainda quer defender o fim do "nesfasto e corrupto" Exame de Ordem? E por quê?