Faltam 3 meses para a segunda fase da OAB: Como retomar os estudos?

Terça, 8 de setembro de 2020

Faltam 3 meses para a segunda fase da OAB: Como retomar os estudos?

Se tudo der certo, se a pandemia não atrapalhar, e também se os governos estaduais e municipais não jogarem terra, no dia 06 de dezembro teremos finalmente a prova da 2ª fase do XXXI.

Isso significa dizer que o XXXI Exame de Ordem terá mais de um ano de duração, até porque o edital dele foi publicado no dia 02 de dezembro.

É muito, muito, muito tempo!

E tem sido altamente estressante, como vocês sabem muito bem.

De uma forma ou de outra, acredito efetivamente na real possibilidade da prova ocorrer de fato no dia 06/12. Acho que agora vai!

Agora sim estou animado com a volta do Exame da OAB!

Inclusive, de um modo geral, a pandemia tem recuado no país, inclusive com uma queda aparentemente consistente da média móvel:

Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste têm queda em mortes por covid

IMPORTANTE: Sim, existe a possibilidade de termos um novo adiamento. Enquanto a pandemia estiver aí o risco perdura. Contudo, em função das circunstâncias, temos de trabalhar com a probalidade de termos realmente a prova no dia 06/12!

Fortes nessa esperança, agora é necessário planejar o retorno.

Aqui uma ponderação inicial de suma importância: ainda temos 3 meses de estudo!

Isso significa dizer que, caso vocês estejam há muito tempo sem estudar ou caso tenham esquecido de tudo, ainda é possível estudar MUITO e chegar 100% para esta prova.

Cadastre-se no Telegram do Blog.

Cadastre-se no Whatsapp do Blog

E isso é simples: os candidatos, em tempos normais, têm 2 meses de preparação para uma segunda fase. Vocês terão 3 meses!

É um lapso temporal até extenso e exagerado para a prova. Mais que dá para estudar: dá para estudar tudo e treinar ainda mais.

Hoje o cenário para vocês, quando o assunto é tempo, é mais do que perfeito.

Mas, claro, nós também temos um problema impossível de ignorar: apesar da vantagem, a SATURAÇÃO e o esgotamento mental para rever a mesma disciplina por tanto tempo representam um problema real.

Mas, na minha percepção de uma situação como esta, tenho 3 caminhos para lidar com essa circunstância inédita. São 3 abordagens que têm tudo para fazer a diferença nos estudos.

1 - As provas não vão ser mais difíceis

As provas já estão prontas há tempos. Não se preocupem com a ideia equivocada da elaboração de provas com o propósito de dificultar a vida de vocês em função de todo o tempo já usado nos estudos. Isso não vai acontecer.

Ademais, o nível desta prova deve repetir o padrão visto na 1ª fase em termos de qualidade. Ou seja: nada de enunciados confusões e problemáticos tal como ocorreu na 2ª fase do XXX Exame.

Não sei se as provas serão muito difíceis ou não, mas tenho muita fé em provas elaboradas em peguinhas e vícios nos enunciados. O que, por si só, já é uma imensa vantagem para vocês.

2 - O estudo NÃO deve ser linear!

Essa é a orientação mais importante para todos.

Não pensem que o retorno aos estudos deve ser como tradicionalmente vocês fazem. O foco agora está na revisão e no aprimoramento.

Vamos dividir o conteúdo em dois: o que vocês estão mais tranquilos em termos de domínio e aquilo que ainda não foi devidamente assimilado.

Comecem, agora, atacando os pontos notoriamente fracos, priorizando o estudo TEÓRICO destes pontos. Lembrem-se: para praticar antes é preciso ter um bom fundamento teórico sobre o tema. Reforcem este aspecto.

Lembrando que isto vale tanto para o direito material como também o direito processual.

Quanto aos pontos fortes, estes vocês deixam no modo de revisão, dando ênfase ao aspecto PRÁTICO do estudo, ou seja, treinando peças e questões de forma manuscrita.

O objetivo aqui é reforçar domínio e evitar esquecer que já foi aprendido.

3 - Dominar as peças de forma absoluta

De longe o maior medo dos candidatos está em errar a peça e reprovar. Esse é tradicionalmente o objeto de maior neurose e preocupações.

Pois vamos superar isso com treinos diários de peças. Se vocês iniciarem agora, é possível treinar praticamente 90 peças até o dia da prova.

E se o treino for somente de esqueletos, é possível treinar muito mais do que 90.

O objetivo é dominar os detalhes de todas as peças possíveis e também, especialmente, as situações-problema que ensejam a escolha da peça!

Esse é o ponto mais importante!

Reparem só neste caso, ocorrido na última segunda fase. Uma falha redacional no enunciado da peça prática de Direito Constitucional seguramente fez muitas centenas de vítimas.

Vejamos um trecho do enunciado da prova passada, cuja resposta oficial foi um recurso ordinário:

Por que o Recurso Ordinário?

Porque o enunciado mostra que o MS foi impetrado diretamente no Tribunal, como instância inicial do trâmite da ação, e que o o julgado exauriu o julgamento lá no próprio Tribunal. O recurso cabível de fato é o Ordinário e isso não se questiona.

Vejamos agora o mesmo trecho do enunciado:

A atecnia na redação projeta de fato uma outra resposta!

Ao usar o termo "exaurimento da instância ordinária" o enunciado gerou um paradoxo, induzindo os candidatos a crer que estavam diante de uma pegadinha.

O enunciado fala em Mandado de Segurança para o Tribunal, mas ao se ler o enunciado muito se surpreenderam. Como assim "exaurimento da instância ordinária? O processo foi julgado em primeira instância?"

Esse pensamento pode perfeitamente ser considerado razoável. A banca poderia estar tentando pregar uma armadilha na sua peça ao gerar confusão entre o tribunal e a instância ordinária, e muitos assim entenderam.

Foram induzidos ao erro porque o termo remete sim a ideia de primeira instância, e aí fizeram um recurso extraordinário.

E a reprovação destes foi alta.

O ponto central do problema foi que a banca, ao mencionar o "exaurimento da instância ordinária", referiu-se a instância inicial de conhecimento, ou seja, o Tribunal, mas o fez usando terminologia comumente aplicada à primeira instância.

A banca se expressou de forma equivocada, e com isso induziu ao erro centenas de candidatos.

Esse é o ponto: vocês têm de estar prontos para esse tipo de circunstância, que até hoje é relativamente comum nas diferentes edições do Exame de Ordem.

Entender o que a banca quer com seus enunciados é a grande tarefa nas mãos de vocês.

E com o tempo disponível, é possível se preparar para interpretar com qualidade o sentido da pergunta.

Volto a repetir: os candidatos da 2ª fase do XXXI Exame de Ordem têm a faca e o quiejo nas mãos para serem aprovados! 

Todo esse tempo é uma grande oportunidade para isto! Aproveitem!