Estratégias de Estudo e Formação de Memórias: uma experiência prática!

Sexta, 21 de junho de 2013

Neste texto vou tratar da aplicação de algumas estratégias de estudos de grande utilidade, principalmente com a intenção de formação de memórias de longo prazo, a partir de uma experiência prática e aplicada que vivenciei. Ou seja, vamos falar daprática e da teoria sobre estratégias de estudo. Esta experiência vivenciada envolve a compreensão e estudo de conceitos relacionados ao aviso prévio.

Se alguém quer e precisa entender o instituto do aviso prévio, no âmbito do estudo do Direito do Trabalho, considerando principalmente o alcance e eficácia da recente regra que determina a sua duração em função de quando foi estabelecido o contrato de trabalho, existem ao menos quatro informações que precisam ser intelectualmente apropriadas.

Quando surgiu a nova regra sobre a duração do aviso prévio em função da duração do contrato de trabalho, minha primeira preocupação foi de me apropriar intelectualmente do mecanismo, o qual funciona da seguinte forma: (1) para cada ano de contrato de trabalho, acrescenta-se três dias ao período mínimo de 30 dias de aviso prévio; (2) acrescenta-se no total até 60 dias ao período mínimo de 30 dias.

Assim, precisava de imediato adotar alguma estratégia de estudo que viabilizasse a apropriação deste novo conceito. Daí recorri a uma estratégia usando a lógica associativa da memória. Para isto, desenvolvi mentalmente uma associação a outro instituo do Direito do Trabalho, que também usa o número três, qual seja, o tempo de conta inativa do FGTS que autoriza o empregado a promover o saque, que conforme previsto na Lei 8.036/1990, art. 20, VIII, corresponde a 3 anos. Assim, associei na minha cabeça saque do FGTS de conta inativa, que sabia e tinha dominado que era três, ainda que anos e não dias, ao instituto ao aviso prévio.

Pronto, estava resolvida a primeira parte do problema, correspondente à compreensão do funcionamento básico do novo mecanismo.

Mas logo seguida veio um debate sobre a eficácia do norma, considerando a aplicação da lei no tempo. Ou seja, a partir de quando a nova regra se aplicaria?

Daí, em outubro de 2012, o Tribunal Superior do Trabalho resolveu a questão e editou a Súmula 441, segundo a qual a nova regra seria aplicada para as rescisões ocorridas após a Lei. Assim, passou a ser necessária a apropriação intelectual das seguintes informações: - qual a Súmula trata do tema: Súm 441; - qual a lei estabeleceu a nova regra e o seu ano: 12.506/2011; - a data da nova lei: 13/10/2011.

como fiz para me apropriar intelectualmente destas informações, em termos de estratégia de estudo? O conceito de funcionamento do mecanismo (3 dias adicionais a cada ano) já estava resolvido. Dessa maneira, faltava o número da Súmula, da Lei e a data.

Para tanto, adotei as seguintes estratégias:

- para a Súmula: o que resolveu foi a reiteração do contato (repetição). De tanto repetir, se formou a memória de longo prazo quanto a esta informação; - para o número da Lei: também foi a reiteração do contato, tendo prevalecido a lógica da repetição; - para o ano da Lei: sabia que a revisão jurisprudencial do TST foi em outubro de 2012, pois havia acompanhado, o que envolvia uma informação armazenada enquanto memória episódica (clique aqui para saber mais sobre Estratégias de Estudo com Memórias Episódicas). Daí tinha a compreensão de que a lei veio 1 ano antes, ou seja, em 2011; - para a data da Lei: usei a lógica associativa, associando à ideia de que teria sido um dia após o dia das crianças.

Portanto, considerando o que venho chamando de fatores estratégicos para a formação das memórias de longo prazo, utilizei predominantemente de dois fatores, ou seja, a repetição e a lógica associativa.

Saliento que estou em vias de lançar um livro sobre estratégias de estudo e formação de memórias de longo prazo, o qual é inspirado no meu trabalho de final de curso da pós graduação latu sensu que concluí em Neurociência da Aprendizagem. Neste trabalho desenvolvi o conceito de fatores estratégicos para formação de memórias de longo prazo, e sistematizei estes em 5 fatores, os quais correspondem à consistência cognitiva, atenção, lógica associativa, repetição e carga emocional.

Esta experiência mostra que, por um lado, é preciso considerarmos que podemos adotar várias estratégias distintas de estudo. Por outro, devemos buscar aquelas que são mais adequadas às situações e informações a serem intelectualmente apropriadas.

Boas estratégias de estudo!

Fonte: Blog do Professor Rogério Neiva