As disciplinas que mais aprovam na segunda fase da OAB

Segunda, 28 de janeiro de 2019

As disciplinas que mais aprovam na segunda fase da OAB

Quais disciplinas mais aprovam na segunda fase da OAB? Essa é uma pergunta que interessa a muita gente, pois, obviamente, muitos candidatos se inscrevem em função da perspectiva de aprovação.

Aqui, neste ponto, podemos dividir os candidatos em 2 grupos:

1 - os que tentam um caminho racional, em função das probabilidades e do melhor desempenho na 2ª fase

2 - aqueles que optam pela disciplina que lhes é mais fácil em termos de compreensão ou da paixão.

Não sei dizer, até porque não existe nenhum estudo neste sentido, quantos fazem parte de um ou outro grupo, mas eu diria que a questão é bem dividida. Digo isso porque, quando criei a pauta para o Exame de Ordem da escolha da melhor disciplina, o fiz observando as muitas dúvidas dos candidatos.

E sempre indiquei o caminho da escolha racional EM FUNÇÃO da aptidão do candidato, e não em razão de uma ou outra disciplina parecer melhor em comparação com as demais.

As novas leis permitidas no XXVIII Exame de Ordem

Sob minha ótica, um candidato não pode incorrer no erro de um "modismo" em razão de em uma determinada edição uma disciplina ter sido mais generosa (ou mesmo mais ingrata) do que as demais.

Mas não podemos fechar os olhos para as estatísticas, em especial por conta do grande lapso temporal analisado, entre o II e o XVII Exames.

A FGV liberou um estudo que trata desses dois temas sensíveis que podem servir de guia para quem está se preparando como também para quem vai se inscrever agora na repescagem e está pensando em trocar de disciplina. Os dados não estão atualizados, mas não temos outros para trabalhar: depende da FGV atualizá-los.

Sempre escrevi aqui que a opção do candidato deve ser feita com base em sua afinidade intelectual, independentemente de estatísticas. Essa recomendação perdura e certamente nunca ficará desatualizada: escolher uma disciplina por modismo, ou em função dela parecer ser mais ?fácil? por conta das estatísticas, sem ter com ela nenhuma afinidade, pode implicar em uma escolha perigosa e em resultados desastrosos.

Cronograma Extraordinário de Estudos para o XXVIII Exame de Ordem

Claro! Se o candidato não faz a menor ideia para onde ir as estatísticas passam a representam uma boa ajuda na hora de se fazer a escolha. Lembrando sempre que o melhor processo de escolha é o prático, ou seja: escolhendo entre duas ou mais disciplinas e resolvendo diretamente algumas provas, mensurando o desempenho e avaliando a afinidade com os distintos ramos do Direito.

 

A escolha não pode ser passional, exceto se a paixão vem desde a faculdade. Neste caso, não restam dúvidas quanto ao que escolher.

Agora observem o gráfico abaixo. Ele mostra a média das preferências do examinandos na escolha das disciplinas durante o período compreendido entre o II e o XVII Exames. As barras azul-escuro mostram o percentual de candidatos em cada disciplina, enquanto as bolinhas azul-claro mostram o percentual de aprovação médio entre os candidatos que optaram por aquela disciplina em específico.

Logo, Direito Penal é a disciplina mais escolhida entre os inscritos, com 29% de preferência. Já Direito Constitucional atrai apenas 5% dos candidatos, mas aprova 33% dentre os que optam por essa disciplina, representando a disciplina que mais aprova proporcionalmente, seguida de Civil, Administrativo, Tributário, Penal, Trabalho e Empresarial.

Qual disciplina mais aprova na segunda fase da OAB:

Qual disciplina mais aprova no Exame de Ordem

Evidentemente, este gráfico não mostra algumas distorções que sabemos existirem. Em Empresarial, por exemplo, tivemos seguidas edições com provas muito complicadas. Aliás, algumas edições foram verdadeiramente sinistras, o que ajudou a jogar o percentual de aprovação (bolinha azul-claro) para baixo.

Já Penal e Trabalho reprovam muito porque têm, segundo minha percepção, os maiores contingentes de interessados. Quanto mais inscritos, maior seria a reprovação.

Constitucional, por seu turno, tem peças práticas com menos temas em comparação com as outras disciplinas, e as provas, em regra, são bem elaborfadas. Isso tem ajudado os examinandos.

Desde o XX Exame as provas já vem se tornando mais equivalentes, com uma distribuição de tópicos e temas de forma mais parelha.

Isso ficou muito nítido no XXI Exame, em que todas as disciplinas vieram, digamos, mais facilitadas, até por conta do que aconteceu na prova da 1ª fase, completamente desproporcional, gerando uma alta reprovação.

No XXII, a parte material das disciplinas veio mais complicadinha, mas as questões vieram sem maiores problemas.

No XXIII Exame, as provas vieram bem facilitadas, até por conta da pancada dada na 1ª fase, quando tivemos o pior Exame de Ordem de todos os tempos:

No XXIV, não tivemos nenhum problema na 2ª fase, mesmo com uma prova de 1ª fase mais tranquila. Ou seja, a banca não tentou fazer compensações.

No XXV tivemos problemas em Administrativo e Trabalho, mas a banca os contornou com a publicação do espelho, evitando polemizar.

No XXVI, tivemos uma prova muito difícil em Trabalho e uma pequena polêmica em Civil.

E agora, no XXVII, tivemosuma prova de Constitucional bem complicada e uma polêmica em Civil, já que muitos candidatos fizeram embargos à execução, quando a peça do padrão é o embargos de terceiro.

Vejamos a evolução dos inscritos por disciplina:

Qual disciplina mais aprova no Exame de Ordem

Cada barra em cada gráfica representa as preferências dos candidatos em 3 Exames.

As barras mais escuras são mais antigas e as mais claras as mais recentes. Os números são em percentuais. Vejam que em penal, no começa 27% dos candidatos optavam por esta disciplina.

O crescimento do interesse por Penal veio crescendo paulatinamente, até chegar a 31% dos inscritos.

Já Direito do Trabalho era a vedete do Exame de Ordem, com 41% dos inscritos, para depois sobre uma queda brusca e estabilizar em 22%.

E eu sei a causa disto: as primeiras provas subjetivas sob a batuta da FGV. Elas foram terríveis com os candidatos: compridas e complexas, reprovando muita gente. As duas primeiras provas então foram as piores possíveis.

Antes, na última prova do CESPE, Trabalho tinha 4 temas a serem trabalhados. Quando a FGV entrou pulou para 12 temas. Muita gente simplesmente não conseguiu terminar a prova. O resultado disto agora pode ser visto graficamente.

A estabilização sugere a "normalização" da percepção dos examinandos quanto a disciplina. Direito Civil apresentou um excelente crescimento, pulando de 11 para 20% no período.

Administrativo experimentou uma ascensão e depois uma ligera queda. Já Tributário viveu um pequeno declínio na preferência dos examinandos.

Constitucional é a disciplina que mais cresceu proporcionalmente, praticamente triplicando de tamanho ao longo do período.

E, por fim, Empresarial cresceu e depois encolheu, mantendo-se no mesmo patamar de quando começou a avaliação.

Falta na análise, é importante ressaltar, o período compreendido entre o XVII e o XXI Exames. Mas isto a FGV vai liberar só no final deste ano. Pois bem! Vamos ver o que importa de verdade para vocês!