Reprovação no XXI Exame foi a mais alta dentre as últimas edições da OAB.

Segunda, 12 de dezembro de 2016

A reprovação na 1ª fase do XXI, sem as duas anulações de ofício da última sexta, foi mesmo recorde? Não temos como saber, pois a lista preliminar só foi divulgada após as anulações, impedido a análise crua e nua da realidade da prova em termos estatísticos.

O IX Exame ainda mantém seu posto de prova mais difícil de todos os tempos, mas a prova do XXI não fica muito atrás em termos de estrago entre os candidatos. Um dia, talvez, descobrirei quantos foram efetivamente reprovados.

Com a divulgação da lista de aprovados podemos saber quantos candidatos foram aprovados, considerando as duas anulações: 20.510 examinandos. 

Foram aproximadamente 120 mil inscritos (só tenho o número aproximado, mas não o exato), dando um percentual aproximado de 17,09% de aprovação. Se a média histórica do Exame de Ordem na era FGV, contando com as duas fases, é de 18,5%, então a prova da 1ª fase realmente foi uma grande paulada nos candidatos.

Sem as anulações talvez o percentual tivesse ficado na casa dos 13 ou 14% de aprovação, mas não temos efetivamente como saber. O percentual poderia ter sido até mesmo menor. Mas sem os dados iniciais, ficamos só na especulação.

Vamos dar uma olhadinha nos dados exclusivos do Blog sobre as aprovações na 1ª fase das últimas edições do Exame:

XIV - 38.014 aprovados na 1ª fase. (Sem anulações)

XV - 44.199 candidatos aprovados na 1ª fase. (Duas anulações regulares)

XVI - 26.835 aprovados na 1ª fase. (Sem anulações)

XVII - 55.130 aprovados na 1ª fase. (Duas anulações regulares)

XVIII - 34.792 aprovados na 1ª fase. (Sem anulações)

XIX - 33.883 aprovados na 1ª fase. (Sem anulações)

XX - 35.177 aprovados na 1ª fase (Sem anulações)

XXI - 20.510 aprovados na 1ª fase. (Duas anulações de ofício)

Fica explícita a dificuldade da última prova, bem pior do que suas antecessoras mais recentes. Não só aprovou menos como também só aprovou esses 20 mil candidatos com o apoio de duas anulações. Sem elas a coisa teria sido muito pior.

Geralmente a percepção da dificuldade de uma prova deriva da reação dos candidatos nas redes sociais. Em regra, e quase sempre, os examinandos acham a prova difícil. Tirando duas ou três edições, no máximo, não tivemos clara essa percepção.

Ainda no domingo a apatia dos candidatos com as publicações de comemoração acenderam o alerta, e já no dia seguinte a certeza de uma grande reprovação estava consolidada.

Antes da prova imaginamos um grau de dificuldade semelhante aos das duas edições anteriores, provas com pouquíssimas controvérsias, mas a banca resolveu apertar um pouco os parafusos.

Nunca vi, e acompanho o Exame de Ordem desde 2007, um período de longa estabilidade na formulação das provas. Na realidade NUNCA tivemos 3 provas de 1ª ou de 2ª fase iguais em termos de complexidade.

Isso me intriga!

Uma prova estável, onde os candidatos possam encontrar um padrão, reduziria drasticamente as reclamações sobre o Exame.

Já perdi a conta de quantas vezes já escrevi sobre isto. Um dia, talvez, irão se dar conta que a previsibilidade é o melhor caminho para a prova. Não falo de provas fáceis ou difíceis, mas sim de estabilidade.

É bem verdade que o número de questões problemáticas caiu sensivelmente, e a prova neste aspecto melhorou muito. Agora só falta se tornar estável, linear.

Aí sim entraríamos em um caminho sem polêmicas.