A preparação para a prova da OAB e a leitura da lei seca

Quinta, 9 de fevereiro de 2017

A preparação para a prova da OAB e a leitura da lei seca

Já pararam para se perguntar qual é a correlação entre a prova da OAB e a leitura da lei seca?

Se alguém tiver a curiosidade de perguntar qual seria a fonte primária de estudos para o Exame de Ordem, talvez a resposta apontasse para as questões de provas anteriores. A grande base de questões representa um excelente material de estudo e preparação, e não pode, em hipótese alguma, ser negligenciada.

Uma afirmação categórica: não existe preparação séria para a primeira fase sem a resolução de muitas, mas muitas questões. Sem isto, por mais que o candidato acompanhe um curso (qualquer curso) ou leia uma excelente doutrina (qualquer doutrina), a dificuldade em ser aprovado será imensa.

É preciso se adequar a lógica das perguntas e entender como é a sistemática da OAB, e isso só é plenamente assimilado resolvendo muitas questões.

Entretanto, como substrato primeiro e elementar do Exame de Ordem, nós temos a Lei.

Uma característica do Exame de Ordem desde sua primeira realização, em 95, até hoje, passando pelo tempo das seccionais, CESPE e agora FGV, é ter a lei como base para a construção da prova objetiva.

E isso não é mero resultado do acaso: trata-se de uma metodologia da banca para evitar maiores questionamentos sobre a prova, tanto sobre o prisma técnico (afastando doutrinas e jurisprudências divergentes) como também em benefício de uma visão dogmática do Direito e, claro, para não extrapolar o próprio objetivo do Exame, que é o de aferir o mínimo necessário para o exercício da profissão.

O curioso é que este ?mínimo necessário? e a formulação das provas têm passado por uma evolução muito nítida.

Como era fácil a prova do Exame de Ordem há 20 anos

Vocês que vão fazer agora o XXII Exame tomariam um susto ao analisar as questões do tempo do CESPE, tanto da 1ª como da 2ª fase: o grau de dificuldade aumentou sensivelmente.

A OAB e a FGV acompanham a evolução dos candidatos, e a prova é uma testemunha irrefutável desta movimentação.

Mas, ainda assim, a base da 1ª fase é a lei pura e simples.

E como tal ela precisa ser estudada com muita atenção pelos examinandos. A leitura da lei seca deve ser diária, e deve acompanhar não só a aula, como a leitura da doutrina e a resolução de exercícios.

E como fazer isso?

Curiosamente, a leitura da lei seca deve ser acessória e simultânea a todas as demais fontes de estudo. Se o candidato está vendo uma aula, a leitura deve ser paralela (aqui a vantagem do curso online é manifesta: o examinando vê um pedaço da aula, para, lê a lei, reflete e prossegue a aula); se estiver lendo uma doutrina, a norma seca deve ser consultada, se estiver resolvendo uma questão ele deve comparar a redação da alternativa correta com a Lei (e constatar que as alternativas, em sua maioria, são formuladas com base na própria lei).

Ler a lei seca precisa, acima de tudo, se transformar em um hábito quando o assunto é a preparação para a OAB.

Ao resolver as questões de provas anteriores, será fácil constatar como a os enunciados das provas têm evoluindo, sendo que nas duas últimas edições a extensão dos enunciados atingiu frequência e patamares até inéditos.

Cada vez mais a narrativa dos problemas a serem resolvidos em cada questão ganha mais corpo, mais densidade e exigem cada vez mais da atenção dos examinandos. Mas, ainda assim, a resposta está, preponderantemente, na letra da lei.

Reformulem a metodologia de estudo se a leitura da lei não é simultânea aos estudos: isso é absolutamente necessário.