OAB/RN e FGV em guerra devido a 2ª fase do XXI Exame de Ordem

Quinta, 2 de fevereiro de 2017

OAB/RN e FGV em guerra devido a 2ª fase do XXI Exame de Ordem

Vejam vocês! A OAB/RN soltou uma nota pública expondo uma briga INTERNA com a FGV sobre a reaplicação da 2ª fase do XXI Exame de Ordem.

Ao invés de resolverem a questão entre eles, resolveram tornar pública uma disputa interna, que absolutamente não interessa aos candidatos. Estes só querem fazer a prova pela qual PAGARAM!

E agora? Como fica a vida de quem quer iniciar a carreira na advocacia? Os examinandos vão mesmo perder 5 meses de uma futura e possível vida profissional porque a Ordem e a FGV estão discutindo quem vai embalar o filho feio?

A OAB/RN quer a reaplicação da prova, mas, como está explícito na nota, a FGV não. O problema é que o pedido para suspender a aplicação da prova em Natal e em Mossoró partiu da própria OAB/RN, na sexta-feira (20/01), 16h, véspera da 2ª fase.

A FGV está se recusando a reaplicar a prova porque não deu causa ao problema e porque, EVIDENTEMENTE, reaplicar a prova tem um custo e também exige todo um sistema de logística.

Reaplicar o Exame de Ordem não é como ir na padaria. Ao contrário, é algo muito complicado e demanda antecipação e planejamento.

Pergunta: combinaram antes quem vai pagar a conta da reaplicação? A OAB/RN? O CFOAB? A FGV?

Sim! A crise no Rio Grande do Norte era real e o pedido de suspensão não só foi razoável como também correto. Os candidatos não poderiam correr o risco de serem alvejados por criminosos. Mas por acaso fizeram algum plano de contingência visando a reaplicação? Combinaram antes quem deveria arcar com os custos da suspensão?

Aliás, vem uma pergunta básica: não existe um plano de contingência para um caso como este? Um fundo para cobrir os custos de uma eventualidade?

Parece-me meio óbvia a necessidade de um plano. No edital do XXI Exame surgiu uma regra (Derivada do falso atentado ocorrido em Salvador, no XX Exame) que exime a Ordem e a FGV de reaplicarem a prova caso assim entendam:

3.6.23.2. Em casos excepcionais, quando a situação verificada impossibilitar o prosseguimento das provas em condições isonômicas a todos os examinandos envolvidos, a Coordenação Nacional do Exame de Ordem poderá deliberar pela suspensão da aplicação em determinada localidade, reservando-se no direito de prosseguir com a realização do certame suspenso em nova data ou inserir automaticamente, na respectiva fase suspensa, os candidatos prejudicados para o Exame subsequente, preservando válidas as provas aplicadas nos demais polos de prova no país.

O problema para OAB/RN, apesar da regra do edital, é o custo político da não reaplicação. Afinal, o pedido partiu daquela seccional.

Por isso a OAB/RN tornou pública a discordância com a FGV.

Talvez, se a OAB/RN resolver assumir os custos financeiros, a FGV poderá reaplicar a prova. Isso seria, obviamente, o mais sensato.

A FGV costuma apanhar muito por conta do Exame, mas neste caso ela tem razão: é uma empresa, visa o lucro (como qualquer atividade empresarial), não deu causa ao pepino e acatou o comando da OAB de suspender a prova. Que culpa a FGV tem se havia deixado tudo pronto para aplicar a prova no domingo?

O custo da suspensão de ser assumido por quem pediu a suspensão. Simples assim!

Enquanto isto, os candidatos ficam a ver navios, condenados a esperar a próxima 2ª fase mesmo tendo pago a "bagatela" de R$ 240,00 para serem examinados.

Uma lástima!

Confiram a nota publicada pela OAB/RN:

OAB/RN requer aplicação imediata das provas da 2ª fase do XXI Exame de Ordem

A diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte informa que requereu à Fundação Getúlio Vargas a realização imediata da segunda fase do XXI Exame de Ordem Unificado nas cidades de Natal e Mossoró, suspensa em razão da onda de violência deflagrada no estado, clima de instabilidade social e ausência de transporte público no dia de aplicação das provas, 22 de janeiro.

A Seccional Potiguar se posiciona contrariamente à deliberação da FGV de aplicar as provas somente no dia 28 de maio, quando acontecerá a 2ª fase do XXII Exame de Ordem.

Diante dos argumentos apresentados pela FGV - proximidade temporal com a 2ª fase do XXII Exame; alto custo para realização isolada da 2ª fase no RN; dificuldade para montagem de nova prova; necessidade de convocação da banca para confecção de novas questões; e que uma nova data prejudicaria o cumprimento do cronograma já estabelecido, entre outros - a OAB/RN discorda integralmente de seu conteúdo, entendendo que é possível a aplicação da 2ª fase do XXI Exame de Ordem em data anterior a que foi estabelecida pela Fundação Getúlio Vargas.

?Apesar da ausência de responsabilidade dos organizadores do Exame nos fatos que provocaram a sua suspensão, a Fundação e a Coordenação Nacional do Exame de Ordem devem garantir a nova aplicação da prova em um tempo mais curto, que possa minimizar os transtornos impostos aos examinandos?, disse o presidente da OAB/RN, Paulo Coutinho.

A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte reitera, pois, o compromisso com todos os examinandos, tendo já encaminhado ao Conselho Federal da OAB pedido de adoção das providências cabíveis, a fim de que nova prova seja realizada o mais rápido possível.

Fonte: OAB/RN

A OAB/RN que me desculpe, mas os argumentos da FGV são RAZOÁVEIS! Reaplicar a prova tem um custo, por óbvio! Quem vai assumir esse ônus?

Pelo visto a corda vai arrebentar para o lado mais fraco: os examinandos.