Faltam 40 dias para a prova da OAB!

Terça, 21 de fevereiro de 2017

Faltam 40 dias para a prova da OAB!

A próxima 1ª fase será no dia 02 de abril, ou seja, faltam 40 dias para a prova da OAB. Como hoje é dia 21 de fevereiro, nosso tempo está definitivamente marcado.

Como orientar os estudos a partir de agora?

A pergunta é pertinente pois ainda temos candidatos que não deram início à preparação e precisam de um norte quanto ao que estudar.

Quem já vem estudando deve manter o planejamento inicial e evitar tirar o foco de tudo já programado.

E como se deve montar uma planificação de estudo? Seria fácil, e é tentador, elaborar um plano de estudos pronto, já devidamente formato, com a indicação do que estudar e como estudar.

Seria fácil, mas sua eficiência seria limitada em função do tempo.

Não existe uma fórmula pronta e generalista, utilizável por qualquer candidato a qualquer momento, pois todos os candidatos são, na essência, diferentes. Cada um guarda suas preferências, tem suas características e, principalmente, dispõe de diferentes medidas de tempo para implementar seu próprio projeto.

Existem planificações mais longas, relativamente fáceis de fazer e seguir, mas um plano de estudos de curto prazo não é assim tão óbvio.

Um candidato pode gostar de penal e outro odiar, pode ter 4 horas por dia para estudar e outro apenas 2. Como conciliar as particularidades de cada um ao se apresentar um projeto de estudos já planificado, formatado, fechado e de curtíssimo prazo?

Claro, qualquer planejamento ajuda, mas como o grau de dificuldade da prova é elevado, não basta buscar por algo que seja razoável ou bom: tem de ser o MELHOR planejamento possível em função do TEMPO!

Pensando nisso, o examinando precisa ter em mente alguns parâmetros prévios antes de estruturar sua linha de estudos. A partir daí ele constrói seu planejamento e pode implementá-lo.

40 dias para a prova da OAB: como se preparar?

Passo 1 - A necessária avaliação de desempenho

Bato nessa tecla de forma quase que paranoica. O examinando tem de saber em que pé está o seu conhecimento! Tem de ter noção onde estão as deficiências!

O Blog trouxe há muito tempo para dentro do Exame de Ordem, e de forma pioneira, o conceito de ESTRATÉGIA e planificação dos estudos. Isso é algo em que somos pioneiros dentro deste campo, e tal visão deriva da percepção da total planificação e gestão dos processos de estudos para a OAB.

Isso é fundamental, e o é por uma razão simples: definição clara dos rumos a serem tomados.

Trata-se de afastar os achismos e suposições quanto ao rumo a ser seguido. O candidato consegue ter a exata noção do que deve estudar para cumprir seu cronograma e ir adequadamente preparado para a prova (ou minimamente preparado, a depender do momento do início dos estudos).

Para isto é necessário descobrir como está o desempenho, e isso só é possível com uma avaliação na prática: resolver provas anteriores e simulados.

Aproveitem e resolvam também, visando construir uma visão geral da atual situação, duas provas recentes do Exame de Ordem: as do XX e do XXI Exames

XX Exame

Prova

Gabarito

XXI Exame

Prova

Gabarito

Ao resolverem os simulados e as provas, vocês terão de fazer a ANÁLISE DE DESEMPENHO e mensurar o atual estágio de preparação.

Por que fazer a análise de desempenho com 4 provas?

Simples! Resolver apenas uma prova não lhe assegura uma visão panorâmica do quanto, efetivamente, o candidato sabe. Revolvendo 4 provas ele terá uma visão mais completa de sua própria realidade, pois será submetido a praticamente 320 questões diferentes, abrangendo um universo maior de conteúdo jurídico, algo que apenas uma prova não proporciona.

Como montar então o diagnóstico?

Primeiro juntem os dados dos simulados e das provas. Vocês vão encontrar as seguintes disciplinas, por ordem e IMPORTÂNCIA (a ordem de importância é determinada pelo número de questões cobradas de cada disciplina na prova):   importância das disciplinas oab Nas provas e nos simulados terão de ser determinados os percentuais atingidos em cada disciplina. É um trabalhinho mega chato mas ele é fundamental para se estabelecer a base de conhecimentos prévios. É impossível achar uma solução sem antes identificar o problema. O preço a pagar até finalmente achar a aprovação pode ser caro demais. Vejamos um exemplo! Em uma determinada disciplina, nas últimas provas, foram cobradas 7 questões. Vamos fazer uma análise hipotética do desempenho de um também hipotético candidato nas últimas provas: XIX Unificado - 7 questões / 3 acertos - 43% de aproveitamento XX Unificado - 7 questões / 4 acertos - 57% de aproveitamento XXI Unificado - 7 questões / 2 acertos - 28% de aproveitamento Média percentual total de acertos - 42% Isso deve ser feito com todas as disciplinas em todas as provas passadas. (NOTA: é fácil fazer um cálculo percentual. Considerem, por exemplo, que 8 (ou 6, ou 3 ou qualquer outro número)  representa 100%. A partir daí façam uma regra de 3 simples: se 8 é igual a 100% (das questões de determinada disciplina em uma prova, X (que representa o número de acertos) é igual a Y (o percentual de acertos daquela disciplina percentualmente) 8 - 100% X - Y% Ao concluir o trabalho, prova por prova, vocês terão um quadro do seu desempenho, e também informações muito úteis para iniciar uma reflexão. Aqui vocês podem constatar duas coisas: 1 - As disciplinas cujo desempenho é sempre ruim, ou seja, estão sempre abaixo dos 50% de acertos, tal como no exemplo acima; 2 - As disciplinas em que vocês se julgam bons, mas não são. Essa descoberta, essencial como fator de autoconhecimento, permite a escolha do caminho para a adoção da solução mais adequada. Com o diagnóstico, é possível traçar a melhor estratégia para conseguir a aprovação na 1ª fase. Como? Vamos considerar que vocês já possuam um LASTRO. O lastro seria aquele volume de conhecimento já apreendido e absorvido, o resultado dos seus estudos até agora. Estudar TUDO não é uma solução adequada visando a obtenção do melhor desempenho face ao observado por meio da análise. Do diagnóstico, vocês irão definir com precisão exatamente quais disciplinas deverão ser PRIORIZADAS a partir de agora, considerando que temo suma boa margem de tempo de hoje até o dia da prova.

Passo 2 - Volume de conteúdo

Estudar tudo ou apenas parte das disciplinas? Eis a pergunta primordial!

Estudar tudo é e sempre será o objetivo de qualquer candidato. Quanto maior o volume estudado, maiores são as probabilidades de ir bem na prova. Esse premissa é acima de tudo verdadeira após a redução de 100 questões para 80. Como o conteúdo programático da prova não sofreu alterações, mas o número de questões sim, o candidato precisa saber mais para evitar ser surpreendido por uma questão de um tema não abrangido antes nos estudos.

Entretanto, projetando esse necessidade no fator tempo, o lapso temporal disponível até a prova é exíguo demais para se pretender estudar tudo.

Não admitir isso é flertar com o fracasso. Impossível abraçar o mundo nesta altura do campeonato.

O que fazer então?

O candidato sabe de antemão da necessidade de acertar 40 questões na prova. O número de disciplinas a serem estudas precisa lhe dar a garantia de que ele possa acertar exatamente estas 40 questões.

Então o examinando só precisa estudar metade do conteúdo programático?

Claro que não!!

Ninguém pode achar, por mais que venha a dominar as disciplinas a serem estudadas, que conseguirá acertar 100% do que estudou na prova.

Isso não existe!!

O examinando precisa de uma "gordurinha" para queimar, um lastro, uma margem de segurança intelectual para mitigar os efeitos dos erros a serem cometidos na futura prova. E ele, o candidato, vai errar.

Ao invés de estudar para 40 questões, o Examinando terá de estudar para 55 ou 65 questões da prova, garantindo assim uma margem segura para "queimar" em função da superveniência dos futuros e inevitáveis erros.

Mas qual seria o tamanho dessa margem de erro? Apenas 55 questões?

Não posso, naturalmente, repassar verdades prontas e acabadas, ainda mais considerando as individualidades dos candidatos. Projetar 55 questões como uma margem de erro tem como escopo apenas estabelecer uma referência quantitativa.

Cada um erra mais ou erra menos, e cada um deve eleger para si uma margem de erro, e, por consequência, um volume de conteúdo compatível com a margem escolhida.

A definição do volume de conteúdo a ser estudado NÃO se estabelece a priori!!

Repito: não se estabelece a priori!

Durante o tempo a ser estudado o candidato terá de resolver provas antigas e fazer simulados e, a partir do seu desempenho, determinar o volume de conteúdo a mais a ser estudado para garantir com segurança uma margem de erro adequada.

Ou seja, a margem deve ser construída empiricamente, na prática, a avaliação honesta (honesta!) do desempenho durante a fase de preparação.

O candidato vai estudando, resolvendo provas anteriores, fazendo simulados e sentido o quanto  mais ele precisa estudar para assegurar, ao fim, os 40 pontinhos.

Estabelecer uma margem de erro fora dessa parametrização dinâmica pode levá-loa  estudar mais do que precisa, vindo a não esgotar o conteúdo, ou estudar menos do que o necessário, colocando em risco a sua aprovação.

Como sugestão, segue aqui o Cronograma de Estudos Emergencial para o XXII Exame de Ordem, publicado há 20 dias atrás. Nele há uma sugestão de cronograma, moldado em razão do tempo disponível para aquela ocasião. Ele será muito útil como guia. Pode até mesmo ser usado em sua integralidade, desde que o candidato para isto disponibilize mais do seu tempo para a prova. Caso isso não seja possível, um corte nas disciplinas é recomendável, pois o tempo agora é um elemento escasso.

Como eu disse, não existem respostas prontas e imediatas: o candidato precisa botar a mão na massa e estabelecer sua própria autoavaliação. Só assim para conseguir estudar o volume adequado dentro do lapso de 40 dias para a prova da OAB.

Passo 3 - A gestão do tempo

O tempo é um luxo, uma preciosidade para quem vai começar a se preparar.

Na atual conjuntura do Exame, acredito que um candidato muito afim de passar na prova começa a se preparar com 6 meses de antecedência. Quanto mais tempo dedicado ao objetivo, melhor.

Mas a vida é cheia de variáveis e cada um sabe bem onde o calo aperta. Começar a estudar agora AINDA permite se sonhar com a aprovação, mas exigirá compensações para se lidar com o escasso tempo daqui até a prova.

No mínimo devem ser dedicadas 4 horas de estudo por dia. No mínimo mesmo!

Aqui os finais de semana também entram no cômputo, e estes devem ser sacrificados em maior escala: 6 ou 7 horas.

Muito, não é?

Não é!

Como temos apenas 40 dias, a vida social necessariamente terá de ir para ao altar dos sacrifícios, e nem preciso explicar o porquê de tal imolação.

Arranquem todo o tempo disponível e estudem. Simples assim.

Passo 4 - Afinidade com as disciplinas

Este é um ponto crucial dentro do processo de preparação: a afinidade com as disciplinas.

E aqui, mais do que nos pontos anteriores, as particularidades de cada candidato se manifestam. Não faz sentido orientar um candidato a estudar disciplina X se ele, ao longo do curso, teve pouco contato ou nenhum gosto com tal disciplina.

Agora não é hora de "descobrir" uma ou outra matéria. Agora é hora de buscar um resultado baseado na eficiência do processo de aprendizagem.

O candidato pode eleger um núcleo de disciplinas cuja afinidade seja maior, ou, até contrariando o que acabei de escrever acima, priorizar disciplinas que não entende bem, visando GANHAR pontos que possivelmente seriam perdidos na prova.

Eu explico!

A escolha das disciplinas também não é um processo que exija definições a priori. O candidato de plano vai escolher um número X de disciplinas a serem estudas e depois, com o avançar dos estudos, após avaliar o desempenho, escolherá mais algumas para criar a sua própria "capa de gordurinha" a ser queimada na prova.

Pode ser, e isso faz sentido, que esse volume extra de conteúdo a ser estuda venha de disciplinas cujo desempenho em simulados é muito ruim.

Mas também pode vir de disciplinas cujo gosto seja um pouco maior.

O ponto é: o candidato precisa se testar e precisa avaliar sozinho qual o caminho que produzirá um resultado mais eficiente. E eficiência vem de apenas uma observação: de qual disciplina ele consegue tirar mais pontos.

Simples assim!

Não há amor na escolha: há apenas a verificação de resultados com base exclusiva na eficiência.

Muito bem!

De um modo geral, e aqui entro no campo da orientação específica, as disciplinas mais relevantes, afora Ética, seriam Direito Constitucional e Administrativo (ganharam importância com a redução do número de questões), e também Direito do Trabalho e Penal, porquanto o estudo do direito material acaba convergindo com o estudo do respectivo direito processual.

Direito Civil e Processo Civil, gigantes por natureza, DEVEM SER DESCARTADOS por conta do volume de conteúdo a ser estudado, EXCETO se fizerem parte do rol de preferências do candidato. Preferências, neste caso, não podem ser descartadas. De toda forma, ambas demandarão do examinando ao menos, no mínimo, uma revisão. É inevitável.

Outras disciplinas também terão de ser descartadas, mas isso é, em regra, um processo personalíssimo, e cada um deve estabelecer seus próprios cortes, sempre respeitando um mínimo necessário para a aprovação.

O caminho para a prova cada vez mais é menor, e postegar os estudos cobrará um preço cada vez maior com o passar do tempo.

Ainda é possível começar a estudar e ter alguma esperança de alcançar a aprovação. Há casos, evidentemente, de candidatos que com um curso de questões ou um projeto UTI, e nada além, conseguem passar na 1ª fase.

Sempre tenham em mente que cada um, em regra, é apenas um estudante normal, comum, e que precisa transpirar para poder transformar o esforço em resultado.

É simplesmente adotar uma postura de humildade. Isso e mais o esforço geralmente são recompensados com o sucesso.

Aliás, a humildade, o esforço e o PLANEJAMENTO correto costumam dar bons frutos!

Bons estudos!