Entramos na era da anuidade a mil reais!

Terça, 20 de dezembro de 2016

Ontem tive a alegria de receber em casa o meu boleto da anuidade 2017 da OAB. Dá uma tristeza toda especial no coração pagá-la, mas faz parte do jogo. Lá se foram 700 contos voando para o bolso da OAB/DF.

Mas, creiam-me, tem como ser pior do que isto! Bem pior!

Como vocês bem sabem, um dos dramas de todos os examinandos (são vários dramas) está em pagar 240 Temers de inscrição do Exame de Ordem. Para quem está terminando a faculdade, trabalha apenas no estágio e ainda tem de pegar o busão ou pagar a gasolina do carro, é uma facadinha.

Mas, vamos lá, acaba de passar na OAB e vai se inscrever na OAB: e lá vem a primeira anuidade.

Claro, praticamente em todas as seccionais os jovens advogados ganham um descontão (na média, 50%) durante os 5 primeiros anos.

Mas depois...

Mas depois o termo ?jovem? deixa de ser aplicado aos outrora jovens advogados e a facadinha vira FACADA mesmo, em caixa alta.

E, agora, em 2017, duas seccionais (RS e SC) inauguraram a era da anuidade a mil reais!

No Rio Grande do Sul está, no seu valor cheio, R$ 1.117,80, e em Santa Catarina foi para R$ 1.071,00.

É muito TENSO!

Vem então a pergunta mágica: para onde vai tanto dinheiro? Mais do que isto, e bem mais importante: como esse dinheiro é revertido para a classe na forma de serviços?

Esse não é exatamente um questionamento meu: estou cansado de ver essa pergunta ser feita de forma generalizada por quase todos os advogados, especialmente os que estão mais afastados da gestão da entidade.

Isso é problemático. Se o advogado afastado da política e do dia-a-dia da OAB não enxerga isto, então algo está errado. Ou a comunicação da OAB é falha ou o serviço não está sendo realizado a contento.

Não sei a resposta, mas sei que mil reais é MUITO dinheiro para uma anuidade e para um mercado cada vez mais degradado.

De toda forma, é inequívoco que a era dos mil reais de anuidade veio para ficar.

Por enquanto são duas seccionais, mas não vai demorar 3 ou 4 anos para todas jogarem no mesmo time e a anuidade no Brasil inteiro passar a valer, em seu preço cheio, mil Temers, ou mil Cardosos, ou Silvas, ou Neves, ou Bolsonaros, ou mil sei-lá-mais-quem.