Sexta, 10 de abril de 2015
Redes sociais, a grande febre da internet desde os tempos do finado Orkut! Papai, mamãe, titia, amigos, primos, chegados, paqueras, desafetos, filhos e sobrinhos todos navegando em seus celulares ou computadores!
Tudo muito legal, mas com suas armadilhas.
As redes sociais viciam, e viciam muito, atrapalhando os estudos.
Reparem só na média de permanência das pessoas nas redes sociais, em dados de novembro de 2014, segmentada por redes sociais:
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Mas esse é o tempo médio, considerando usuários ativos e inativos. Certamente, em especial com a facilidade proporcionada pelos celulares, o tempo gasto nas redes é muito maior.
E isso pode atrapalhar MUITO os estudos.
Vejam só, por exemplo, o que está acontecendo no estado do Rio de Janeiro: mais da metade dos universitários navega em uma rede social durante a aula!
Uma pesquisa conduzida pelo publicitário Douglas Azevedo - "Dependência ou autonomia? Um estudo sobre o comportamento dos universitários no Facebook" - entre 508 universitários, mostrou que mais da metade - 52,3% - acessava livremente as redes sociais DURANTE a aula.
Vejam só os dados revelados pela pesquisa:
Um trecho revelador desta pesquisa mostra o quanto o facebook influencia no mundo real e nas emoções:
Resumindo: o facebook vicia!
E vicia mesmo!
Um estudo publicado em agosto de 2013 no site Frontiers In Human Neuroscience revelou a existência de um vínculo entre o desejo de usar o Facebook, a rede social mais importante hoje, e o de se construir uma reputação porque as duas atividades estimulam a mesma região do cérebro, os chamados núcleos de accumbens.
Os núcleos de accumbens são responsáveis também pelo mecanismo de recompensas vinculados a atividades básicas como comer, fazer sexo, apostar, consumir álcool e usar drogas.
Há um prazer em se usar o facebook, e por isso mesmo ficar longe da rede causa a mesma reação de quem está sofrendo de abstinência: daí a necessidade de permanecer conectado por tanto tempo.
Os pesquisadores descobriram que o uso do face produz uma reação reação prazerosa quando o usuário vê sua reputação na rede aumentar.
Para o pesquisador Dar Meshi,neurocientista da Universidade Livre de Berlim e principal responsável pela pesquisa, nós, seres humanos, "evoluímos para nos preocupar com a nossa reputação e, no mundo de hoje, uma das formas que podemos gerir a nossa reputação é usando sites de redes sociais, como o Facebook."
O vício portanto seria uma derivação à necessidade de atenção demandada por uma pessoas, e isso tem reflexos neurofisiológicos.
A imagem abaixo mostra o resultado da sensação de satisfação no núcleo accumbens de um voluntário ao usar o facebook:
A correlação das duas análises acima confirmam que o uso do Facebook é o núcleo accumbens da esquerda, dando uma resposta ao estímulo pelos ganhos de reputação entre os participantes.
Isso certamente pode ser aplicado na lógica do uso de QUALQUER rede social.
Essa é uma questão SÉRIA!
Se você usa o celular enquanto dirige para entrar em uma rede social, se acorda e a 1ª coisa que faz é olhar o celular, se em uma mesa de bar fica mais tempo no celular teclando do que conversando com os amigos, se fica de 5 em 5 minutos conferindo o chat e, evidentemente, se os estudos não fluem de forma ininterrupta por conta da necessidade de se conferir o face, então algo está errado.
A pergunta elementar é: você sente que as redes sociais atrapalha a sua vida? Ou melhor, de forma mais específica: o face atrapalha seus estudos?
Se a resposta for um honesto "sim", então é preciso fazer alguma coisa!
Seguem algumas dicas para se lutar contra o vício:
1 - Reconheça a existência do vício.
O reconhecimento é pessoal. Não precisa contar para ninguém. Simplesmente faça sua autocrítica e reconheça o problema. Não dói, não é humilhante e não vai te tirar um pedaço.
Se não quiser se chamar de viciado, autonomeie-se "heavy user". Chega até ser chique!
2 - Mensure o tempo desperdiçado
Quanto tempo é gasto por dia no face? O tempo gasto é revertido em alguma coisa? Tem finalidade profissional ou pedagógica?
Em caso negativo, o tempo gasto pode ser considerado como tempo desperdiçado.
Não que isso seja ruim em si! Aqui não estou propondo o corte absoluto do facebook ou de outras redes, e sim a tomada de consciência do prejuízo de tempo. Com isso, a motivação para se estabelecer o controle aumenta.
3 - Estabeleça uma rotina de uso das redes
Use as suas redes, mas use-as com mais parcimônia. A curiosidade em conferir as mensagens é terrível, mas em regra elas, as mensagens, não têm conteúdo de relevância. Aumente gradativamente o tempo de conferência das mensagens e da timeline para um intervalo de tempo razoável.
O razoável é aquilo que não prejudica suas demais atividades.
4 - Combine com seus amigos momentos específicos para conversar
De repente, no meio da tarde, você começa um papo animado com alguém e entra de cabeça nele. Em regra acontece com os melhores amigos ou os paqueras.
Controle-se!
Perceba quando a conversa está tomando tempo, ou tem o potencial para tal e diga simplesmente que está enrolado ou surgiu alguma obrigação. Retome o papo quando for possível e quando isso não lhe prejudicar os estudos.
5 - Desative as notificações das redes sociais
Vocês está concentrado quando repentinamente pipoca uma mensagem no chat ou no celular - alguém quer falar com você ou algo importante foi publicado.
Corte isso!
Estabeleça uma rotina conferência e seja fiel a ela.
É óbvio que a rotina vai ser prejudicada se você SABE que uma mensagem está prontinha esperando para ser lida. Resistir a esse chamado é complicadíssimo.
Logo, desative todas as notificações. O que o ouvido não escuta o coração não sente!
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Certamente existem outras formas de conter a ânsia por estar plugado no face. Não sugiro uma ruptura total porque sei o quanto isso é difícil (eu mesmo passo por essa dificuldade) e também porque estar em uma rede social é, hoje, algo importante.
O face, ou qualquer outra rede, fazem parte do mundo atual, e radicalizar não é um bom caminho. O importante é assumir o controle do uso das redes sociais, estabelecer os próprios limites e não permitir que as demais atividades do cotidiano sejam prejudicadas,em especial quando falamos do tempo dedicado aos estudos.
Quem está fazendo o Exame de Ordem ou algum concurso deve ter em mente que a VERDADEIRA prioridade é encontrada na sala de aula e nos livros.
Reflitam bem e tomem uma atitude!
Com informações do OGlobo.