Advogada que processou faculdade por não encontrar emprego perde a ação

Terça, 17 de janeiro de 2017

Advogada que processou faculdade por não encontrar emprego perde a ação

A advogada que processou faculdade não encontrar emprego perde ação após julgamento do Tribunal do Júri. Anna Laburda, perdeu uma ação em um processo que ganhou ampla repercussão ano passado.

Após três anos de sua aprovação no exame de ordem da Califórnia, em que ela foi aprovada de primeira, Anna não conseguiu encontrar emprego em nenhum escritório.

O ponto alegado por ela é que a Escola de Direito Thomas Jefferson, que fica em San Diego, divulgou de forma tendenciosa informações sobre a quantidade de alunos que conseguiram empregos após a graduação.

Essas informações teriam motivado a escolha da faculdade por Anna.

A decisão

Um júri de San Diego, Califórnia, decidiu por 9 X 3 em favor da faculdade. Durante o julgamento, Anna argumentou que a escola divulgou como chamariz uma taxa de emprego enganosa para seus graduados.

Seu advogado alegou que a Escola de Direito Thomas Jefferson omitiu que os egressos mencionados como "empregados" estavam realmente trabalhando em salões de beleza ou em livrarias, ou mesmo vendendo tratores.

A escola defendeu-se argumentando que Alaburda tinha recusado trabalho em ao menos uma oportunidade, além de sustentar ter muitos de seus graduados trabalhando em carreiras jurídicas.

Este foi o primeiro caso a ir a julgamento onde um egresso acusou sua faculdade de direito de usar dados inflacionados para defraudar os candidatos.

Graduados de escolas de direito apresentaram mais de uma dúzia de ações judiciais neste sentido, propostas em 2011 e 2012, de acordo com o " "The Wall Street Journal".

O motivo seria o mesmo: faculdades teriam maquiado a realidade para convencer futuros universitários.

A palavra dos envolvidos

O advogado de Alaburda, Brian Procel, não mencionou se o seu cliente apelaria da decisão do juri.

"Estamos orgulhosos do trabalho que fizemos neste caso, chamamos a atenção para um assunto que não foi discutido anteriormente", disse Procel em um e-mail.

"Estamos otimistas de que os futuros alunos terão acesso a melhores informações quando decidirem frequentar a faculdade ou pós-graduação como resultado deste caso".

Enquanto isso, o diretor da Escola de Direito Thomas Jefferson, Thomas Guernsey, se deu por satisfeito pelo júri ter reconhecido que não houve falsificação das estatísticas de emprego pós-graduação.

"A decisão de hoje pelo júri valida ainda mais o nosso compromisso inabalável de proporcionar aos nossos alunos os conhecimentos, as habilidades e as ferramentas necessárias para se destacar como estudantes de direito, passar no exame e ter sucesso em suas carreiras profissionais", declarou o diretor.

A revista Business Insider informou anteriormente que Escola de Direito Thomas Jefferson representava uma opção para aspirantes a advogados que não podem entrar em escolas mais competitivas.

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Mas, por sua vez, Alaburda afirmou que sua escola de direito não lhe dava as ferramentas de que precisava para ter sucesso na profissão de advogado, em que ela escolheu.

Segundo a US News & World Report, cerca de 80,1% dos estudantes da Escola de Direito Thomas Jefferson foram contratados nove meses após a formatura", tal como constou na ação.

Em comparação, a Faculdade de Direito de Yale, classificada como a escola de direito nº 1 dos Estados Unidos pela US News, teria uma taxa de emprego após a formatura de 88,2%, conforme estatísticas de 2016.

Alaburda se destacou em sua graduação, tendo sido inclusive aprovada no "bar examination" (o Exame de Ordem de lá) na sua primeira tentativa. Ela se formou em 2008.

Mesmo assim, ela não conseguiu colocação profissional. Anna enviou seu currículo para mais de 150 escritórios de advocacia e recebeu apenas uma oferta de trabalho, que foi considerada insatisfatória.

Além disso, Anna disse que se formou após contrair um total de U$ 150 mil em empréstimos estudantis, valor agora majorado para U$ 170 mil contabilizando os juros.

Com informações do Business Insider.