A 2ª fase do XXI Exame terá 39.269 candidatos. O que isso pode representar?

Terça, 20 de dezembro de 2016

Quantos candidatos vão enfrentar a 2ª fase do XXI Exame? Existe sempre a curiosidade de se saber quantos farão a prova e, com isto, tentar imaginar se ela será mais fácil ou difícil.

O conceito de dificuldade é sempre um subjetivo. As estatísticas servem exatamente para afastarmos eventuais achismos e ao menos termos uma baliza clara das provas.

Mas isso não significa, necessariamente, que teremos uma prova mais fácil ou difícil. Como escrevi recentemente, acredito que a FGV tenha superado esse tipo de visão e faça provas desvinculada de percentuais.

Mas, em tese, há a possibilidade de termos uma prova mais fácil, até porque a reprovação nesta 2ª fase foi bem elevada.

Foram 20.510 aprovados na 1ª fase, uma quantidade bem menor considerando as provas passadas, e já com 2 anulações embutidas. Se considerarmos os candidatos que estão vindo da repescagem passada (18.759), teremos na próxima 2ª fase 39.269 examinandos.

Na prova passada, do XX Exame, eram 53.056 examinandos. Uma diferença de 13.787 candidatos. Trata-se de uma queda bem considerável. No XIX Exame eram 49.756 candidatos, um pouco mais de 10 mil candidatos acima daqueles que farão o XXI Exame.

Não temos dúvidas: a última 1ª fase foi TENSA!

Por mais que tenha sido tensa, acredito em uma 2ª fase em um nível normal, sem maiores compensações. Isso significa dizer que as surpresas das últimas edições poderão ser vistas novamente agora.

No Exame passado, por exemplo, as provas de Civil e Empresarial cobraram o CPC antigo, quando deveriam ter cobrado o Novo CPC. No XIX Exame foi cobrado, de forma inédita, contrarrazões de apela em Penal, peça até então inédita. Resultado? Reprovação em massa, especialmente nos cursos em que os professores não deram a peça. No XVIII Exame foi cobrado em Tributário um Agravo interno, peça também inédita. Resultado: reprovação geral, pois a esmagadora maioria dos candidatos fez agravo de instrumento. A sorte é que a banca errou e teve que corrigir o agravo de instrumento por conta da aplicação do princípio da isonomia. E, no XVII Exame, um enunciado dúbio levou vários candidatos de Constitucional a elaborarem um parecer ao invés da peça. A banca foi obrigada a flexibilizar a correção, reconhecendo o problema de redação.

Resumindo: Nas peças estão centrados os maiores problemas da 2ª fase, e a FGV vem inovando prova após prova em ao menos uma disciplina.

Esse é o foco principal, ao meu ver: o candidato tem de estar pronto para as inovações, para o que ainda não foi cobrado, pois só assim não será surpreendido.

E, claro, foco no direito material, que também não facilita para ninguém.